25 September 2007

(1987) The Princess Bride


Hoje, 25 de Setembro de 2007, marca o 20º aniversário da estreia do filme The Princess Bride ("A Princesa Prometida"). Achei ser uma boa altura para fazer um comentário a este filme que parece permanecer relativamente desconhecido em Portugal.

Este filme é uma adaptação cinematográfica da novela homónima de William Goldman, e o screenplay é do próprio autor, função que já desempenhou em grandes filmes como All the President's Men (1976), Marathon Man (1976) e Misery (1990).

A realização é de Rob Reiner. Este realizador tem alguns clássicos no seu currículo, como This Is Spinal Tap (1984), Stand by Me (1986), Misery (1990) e A Few Good Men (1992). Mas, por alguma razão, só consigo pensar nele como o Meathead de All in the Family.

A estória é-nos apresentada através da leitura de um conto de fadas, narrado por um avô ao seu neto, que está doente. O conto de fadas é clássico: O poder do amor, príncipes maus, espadachins, gigantes, anões, monstros e feiticeiros. Curiosamente, não inclui fadas.

Peter Falk é o avô e narrador da história. Parte de mim estava sempre à espera que ele vestisse a gabardina, metesse um charuto na boca e dissesse ao neto "Oh, one more thing..." antes de o prender.

Fred Savage é o neto. A sua atitude ao longo da narrativa espelha a das pessoas que vêm o filme: Inicialmente mostra desinteresse (pois, afinal, quem quer ouvir mais um conto de fadas?), mas rapidamente começa a ficar embrenhado na estória, querendo saber o que irá acontecer no próximo capítulo.

Cary Elwes é Westley, o simples e corajoso rapaz do campo que é herói em tantas estórias deste género. O actor esteve bem neste papel, o que talvez tenha levado à sua escolha para representar a versão humorística de Robin Hood (um herói similar) em Robin Hood: Men in Tights (1993).

Robin Wright Penn é a bela Buttercup, a "princesa" que dá o título ao filme. Costumo pensar nesta actriz apenas como a Mrs. Penn, pois ela não costuma dar muito nas vistas. Creio que só a vi em dois outros filmes: Forrest Gump (1994) e Unbreakable (2000).

Os vilões principais são o Principe Humperdinck (Chris Sarandon), que quer casar com Buttercup por razões políticas, e o Conde Tyrone Rugen (Christopher Guest), cujo hobby principal parece ser a tortura.

As personagens mais coloridas são provavelmente o trio de mercenários: Vizzini (Wallace Shawn), o pequeno homem com grande cérebro, que acha inconcebível haver alguém mais esperto que ele; Inigo Montoya (Mandy Patinkin), o espadachim honrado que procura o homem que matou o seu pai; e Fezzik (André the Giant), o gigante (literalmente) de bom coração e com talento para rimas. Apesar de parecer não ter muito jeito para actor, acho que não poderiam ter feito melhor escolha.

Há ainda duas participações curtas que realço: Billy Crystal, quase irreconhecível no papel de Miracle Max; e o lendário comediante Peter Cook, como um membro do clero com um leve problema de fala.

Não esperem grandes efeitos especiais, drama intenso ou muitas gargalhadas. Esperem um conto de fadas clássico. E talvez assim se venham a sentir um pouco como o neto.

Pontuação global: 7,9

Scaling the Cliffs of Insanity,
Battling Rodents of Unusual Size,
Facing torture in the Pit of Despair.
True love has never been a snap.

1 comment:

Anonymous said...

Acho que o jsilva disse tudo o que havia a dizer acerca deste filme. Foi bom assistir um conto de fadas clássico, sem tramas confusas e personagens de enquadramento altamente questionável. É uma estória pintada a preto e branco, sendo perfeitamente discernível quem são os bons e os maus, assim como os seus respectivos objectivos e ambições pessoais.

Sabe bem ver um filme destes de vez em quando, servindo como uma espécie de mecanismo de flush a toda a porcaria que Hollywood, acima de tudo, nos tem impingido nos últimos tempos.

De todas as personagens, a que gostei mais foi o honrado espadachim espanhol Inigo Montoya. Achei-a bastante engraçada e muito bem desempenhada pelo agora experiente Mandy Patinkin.

Pontuação global: 7,5