07 May 2007

(2006) A Scanner Darkly: Bem vindo ao mundo das drogas.

Após quase um ano após a estreia nos Estados Unidos, A Scanner Darkly estreou em Portugal no Indie Lisboa deste ano. O filme, baseado no livro de Philip K. Dick com o mesmo nome, conta a estória de Bob Arctor, um agente da polícia que se infiltra num grupo de supostos traficantes de uma droga conhecida como substância D, a mais temida droga da actualidade que provoca efeitos alucinogénicos e que gradualmente vai destruindo o cérebro.

O primeira realce deste filme é a tecnologia de animação usada (uma espécie de máscara de realidade), que foi muito bem explorada durante o filme, principalmente nas cenas que envolviam o fato que os agentes usavam em público. Infelizmente, esta é a única nota de verdadeiro destaque positivo do filme.

O grande ponto fraco do filme é o ritmo; muitooooo lentooooo. Muito do tempo do filme é passado com cenas de pouco interesse para os espectadores e que vão ficando cada vez mais entediantes. Alguns dos diálogos nestas cenas são particularmente dolorosos, pois apercebemo-nos que não vão chegar a lado nenhum, e que é apenas a droga a falar. A juntar a estas cenas temos também a confusão geral que reina durante o filme (principalmente no início), que faz o espectador perguntar onde vai o rumo da estória.


A estória do filme é boa, mas está muito mal aproveitada. Tendo lido a parte inicial do livro que deu origem ao filme, fiquei com a sensação que se trata de uma adaptação fiel da obra original, e no meu ver, o grande problema deste filme. Embora possa parecer contra-intuitivo para algumas pessoas, na verdade não deveria ser. Enquanto que a descrição de cenas em que os personagens estão sob o efeito de drogas possa ficar bem num livro, principalmente se esse livro foi focado num personagem, numa tela de cinema em que estas cenas se repetem faz com que um filme se torne cansativo, aborrecido, e sem interesse. Daí que foi um erro seguir o livro á letra ao invés de adaptar a estória.


Num âmbito global, o filme está mediano, tendo-me deixado com um amargo de boca, pois a estória tinha potencial para mais. Não fosse a inovadora tecnologia de animação usada, a nota do filme seria ainda mais baixa.

Pontuação global: 6,5

3 comments:

Anonymous said...

Embora compreendendo o porquê da utilização dos efeitos visuais adoptados, a partir de uma certa fase do filme começam a tornar-se cansativos e algo incómodos, sobretudo na cena de nudez parcial da Winona Ryder, onde se revelaram ser dispensáveis. :)

De resto, concordo totalmente com a tua perspectiva do filme. Ainda não tive a oportunidade de ler o livro, mas estou de acordo relativamente à questão de uma adaptação fiel poder ser contraproducente em determinados contextos. E este parece ser um deles.

Pontuação global: 6,7

FNunes said...

@pinkybrain
sobretudo na cena de nudez parcial da Winona Ryder, onde se revelaram ser dispensáveis. :)

Se essa cena se encontra no livro, é normal que tenha sido incluída.

Silver M!C. said...

Sim, mas quer dizer... vejamos... a winona? Por mim podiam dispensar os efeitos em todas as cenas menos essa. Se há uma cruz q eu carrego todos os dias (desculpa lá amigo JC, tamos ctgo ,ao menos esta nao carregaste) é o facto de esta "indivídua" ter consigo infiltrar o set do alien4 ;_; e depois do mediático "fananço" nas lojas de roupa eu nao a deixava entrar no meu quarto. sabe-se lá se ela nao levaria o meu nick à letra..

Cruzes à parte, deixem-me dar o meu 7.9 ao filme. Eu estava com uma pedrada de sono tão grande q até me senti dentro dele. foi uma experiência e tanto. Desde q nao estejam à espera do Speed 3, vale bem a pena ver até ao fim -- qd já temes ter perdido o teu tempo, eis q a estória entra nos eixos e dá q pensar. Vê-lo-ei outra vez, sem dúvida. Especialmente com a minha memória de elefante (daqui a uns meses já nao me lembro de nada).