02 July 2007

(2007) Fantastic Four: Rise of the Silver Surfer


Por João Oliveira

Fantastic Four: Rise of the Silver Surfer é a tão aguardada sequela do primeiro filme, de 2005. Esta nova produção conta com os mesmos actores e o inesperado regresso do Dr. Doom, introduzindo um dos personagems mais enigmáticos e maravilhosos da Marvel: O silver surfer.

O filme tem um início algo impressionante. Um excelente prelúdio e introdução muito bem construída. Para os fans, é extasiante, para quem não conhece o universo, fica a saber que o filme promete, pelo menos em termos de enredo. Ao longo do filme, podemos observar a luta constante do casal fantástico para se casar, algo que considero completamente desnecessário e lateral ao enredo, perfeitamente dispensável durante 80 minutos, tornando-se relevante apenas nos últimos 10. E mesmo assim, só se torna relevante nos primeiros 5 minutos desses 10.

Não sei se valeria a pena extender o assunto de tal forma, mas já que o filme é curto.... Seja como for, dá um "menos mau" enchimento das partes paradas do filme, oferecendo um misto de vida pessoal com vida heróica, embora não chegue aos calcanhares do homem aranha (se bem que convenhamos o tom dramático deste por oposição ao tom frustrador e quase cómico nalgumas situações do primeiro). Esta situação vai permitir, quanto muito, algumas comic reliefs revestidas de alguma tensão embarassadora e discussões algo juvenis.

Quanto ao desenvolvimento da plot, algumas descobertas parecem forçadas, aliás, qualquer avanço na plot parece forçado, sendo descoberto por "artes mágicas" por Reed Richards. O ressurgimento do Dr. Doom parece improvisado, mas não deixa de ser uma óptima adição ao enredo e ao desenvolvimento do filme. O silver surfer está excelentemente caracterizado, com a poderosíssima voz de Lawrence Fishburn. O que à partida me parecia ser a maior desilusão do filme, antes de o ver, tornou-se o ex libris. A densidade do personagem está admirável, apesar de ter poucas falas podemo-nos aperceber das dúvidas que o assaltam, e conhecer o seu carácter através das suas acções. O personagem só por si ganha nota 10. Podemos observar um pormenor que foi aproveitado tanto para obstruir como facilitar a plot, no entanto mais um caso da randomização facilitadora de enredo introduzida pela presença do silver surfer, que é o facto da tocha humana ganhar a capacidade temporária de trocar de poderes com quem toca. Este facto é sensacionalisticamente aproveitado para derrotar o Dr. Doom na recta final do enredo, sem no entanto deixar de conseguir um efeito espectacular, embora algo forçado.

O final, quando o Galactus chega ao planeta, foi tão espectacular que ocultou momentaneamente a desilusão que foi a falta de originalidade por parte dos desenhadores de não desenharem o galactus, tornando-o mais uma núvem de poeira galáctica de dimensões gigantescas que envolve o planeta Terra aos poucos. O momento crucial do filme, conseguido pela revolta por parte do silver surfer contra Galactus (como não podia deixar de ser) traduz-se numa monumental acumulação de poder por parte do nosso herói prateado, dando assim a ideia de conseguir destruir esta criatura.

No final, à laia de pós-fácio, o tão desejado casamento é conseguido, se bem que mal encaixado, e o símbolo da equipa é mais uma vez desenhado no céu, um pormenor que pessoalmente considero desnecessário. Rejubilem-se os fans, pois o final dá ideia de haver uma outra sequela, o que poderá ter sido a causa do Galactus não ter aparecido na íntegra. Talvez o encontremos novamente...

No geral, é um filme espectacular, apesar de algumas coisas parecerem forçadas, dinheiro bem gasto, efeitos especiais irreprimíveis, excelente entretenimento.

Pontuação global: 7,0 (Fans podem dar 9)

4 comments:

FNunes said...

O ponto mais alto do filme foi o surfista prateado? Epá! Desta não estava à espera. Não é bom sinal para a qualidade do filme, o que só demonstra que filme foi feito para agradar os fans (do surfista prateado claro).

FNunes said...

Já agora. Bem vindo ao clube dos snobs!

Anonymous said...

Queria também dar as boas vindas ao novo membro do Movie Snobs. :)

Anonymous said...

Agora que vi o filme, acho que puseste uma camada de açúcar exagerada no filme. O argumento continua a ser muito perto do mau, os actores horrivelmente escolhidos para os respectivos papéis, efeitos especiais a deixarem muito a desejar e, como se todos os defeitos herdados do primeiro filme não fossem suficientes, ainda conseguiram representar vergonhosamente uma das personagens mais interessantes do universo Marvel, que é o Silver Surfer.

Embora não tenha queixas relativamente à animação e à voz fornecida por Laurence Fishburne, o tempo de ecrã dado à personagem é demasiado curto e a sua complexidade emocional, claramente presente nos livros, é abordada apenas à superfície, dando a impressão que não queriam que o público se apegasse demasiado ao Silver Surfer.

Quanto ao Galactus, ainda gostava de saber quem foi o génio que se lembrou de representar esta mítica personagem como sendo uma nuvem de matéria cósmica... Faço a devida menção que os efeitos especiais do Silver Surfer e do que alguns chamam de Galactus estavam muito bons. Pena é que tenham direccionado toda a porção do orçamento do filme, destinada a efeitos especiais, para representar estas personagens, deixando de parte os restantes elementos da estória, que acabam por não ser tão "fantásticos" como seria de esperar.

Como se não chegasse a forma revoltante como introduziram o Dr. Doom no primeiro filme, conseguiram com que o némesis dos Fantastic Four caísse autenticamente de pára-quedas neste filme. A sua participação serve única e exclusivamente para "encher chouriços", se me permitem a expressão.

Quando dizes que os fãs podem dar 9, não poderias estar mais enganado. Os verdadeiros fãs deste grupo de super-heróis (nos quais não me incluo pessoalmente) dão uma nota extremamente fraca ao filme, tal como já haviam feito aquando do lançamento do primeiro. Digo isto com base em feedback proveniente de algumas pessoas conhecidas e dos forums de cinema mais conhecidos.

Espero sinceramente que não façam mais filmes e que deixem a poeira desta saga assentar. Quem sabe se, daqui por alguns anos, com um realizador a sério e com um elenco devidamente escolhido, não se poderá dar uma nova vida a esta franchise, seguindo um rumo completamente diferente (e com alguma qualidade à mistura, de preferência).

Pontuação global: 5,3